sexta-feira, abril 27, 2007
quinta-feira, abril 05, 2007
Vi-o! A gemer com dores e talvez cheio de fome.
Os olhos olharam-me a pedir que o ajudasse. Fiz o que pude; muito pouco concerteza para o que ele precisaria. Disse-lhe palavras que procuraram ser de consolo.
Procurei compreender a sua dôr.
No emaranhado da cidade distante, destilando a gente, aquela pobre alma jazia num canto, junto aos caixotes de lixo, uma perna entrapada. Completamente imundo.
Os olhos, sim continuavam azuis da cor do céu.
Por alguma razão julguei ver nele um dos muitos Cristos que povoam as nossas noites de pesadelos.
O Crucificado que vagueia pelas ruas sem que ninguém o veja.
O Crucificado de que falam até à exaustão na Páscoa, mas que não conseguem reconhecer no dia a dia, numa qualquer esquina de uma rua de uma cidade que muitas vezes é a nossa e que fazemos por não ver porque não somos capazes de ver Cristo nos nossos irmãos de caminhada.