Vi-o! A gemer com dores e talvez cheio de fome.
Os olhos olharam-me a pedir que o ajudasse. Fiz o que pude; muito pouco concerteza para o que ele precisaria. Disse-lhe palavras que procuraram ser de consolo.
Procurei compreender a sua dôr.
No emaranhado da cidade distante, destilando a gente, aquela pobre alma jazia num canto, junto aos caixotes de lixo, uma perna entrapada. Completamente imundo.
Os olhos, sim continuavam azuis da cor do céu.
Por alguma razão julguei ver nele um dos muitos Cristos que povoam as nossas noites de pesadelos.
O Crucificado que vagueia pelas ruas sem que ninguém o veja.
O Crucificado de que falam até à exaustão na Páscoa, mas que não conseguem reconhecer no dia a dia, numa qualquer esquina de uma rua de uma cidade que muitas vezes é a nossa e que fazemos por não ver porque não somos capazes de ver Cristo nos nossos irmãos de caminhada.
2 Comments:
Lindo texto, pensamento profundo, cheio de brutal actualidade! Páscoa permanente numa sociedade cada vez mais descristianizada! Um dia será diferente?!....Terá que ser! Pelo menos com cruzes menos pesadas e menos indignas.
Uma beijoca e uma amêndoa
O NOSSO JANTAR DO EQUINOCIO DA PRIMAVERA FOI UM EXITO!PODE VER AS FOTOS E DAR A SUA OPINIÃO.DO QUE NÃO PODE SENTIR AO VE-LAS TENHO A CERTESA QUE IRIA GOSTAR (ALEGRIA BEM PARTILHADA BOAS INTERVENÇÕES INDIVIDUAIS E UM GRANDE CORO...)
BEIJOCAS E BOAS PARTILHAS.
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